terça-feira, 10 de abril de 2012

Mazzaropi: Nosso gênio caipira completa 100 anos

“Conte minha verdadeira história, a história de um cara que sempre acreditou no cinema nacional e que, mais cedo do que todos pensam, pode construir a indústria do cinema no Brasil”

(livro Sai da Frente A Vida e Obra de Mazzaropi, Marcela Matos )




Hoje dia 9 de abril de 2012, se estivesse vivo Amácio Mazzaropi completaria 100 anos.

Ele foi um pouco de tudo; ator, diretor, produtor, criou sua própria produtora (PAM Filmes) e construiu em sua fazenda em Taubaté/SP uma grande estrutura para gravar seus filmes, ao todo foram 32 filmes, faleceu de câncer em 14 de junho de 1981 aos 69 anos.

Mesmo tendo levados milhões de brasileiros as salas de cinema, Mazzaropi, infelizmente é até hoje pouco lembrado e respeitado, fazer o que ele fez no período em quase não existia apoios e tecnologias para produzir cinema no Brasil já é algo que demonstra sua genialidade e paixão pelo nosso país.

Se hoje temos um cinema que é capaz de produzir quase 100 filmes por ano, e que alguns deles levam milhões (de pessoas e de cifras) aos cinemas, se hoje temos um cinema respeitado e admirado em todo o mundo, que ganha importantes prêmios nos mais diferentes festivais, tudo isso e muito mais é graças a Mazzaropi.

Temos a obrigação de reconhecer e agradecer o papel fundamental que este “caipira” deve e ainda tem em nossa cultura e na sétima arte tupiniquim!
Em julho iremos realizar a quinta edição do projeto Mostra Delinho de Cinema, novamente serão oito dias de filmes nacionais, todos gratuitos, exibiremos em vários locais de Estiva, porém, nesta edição nosso grande homenageado será Amácio Mazzaropi. Iremos exibir vários filmes dele e organizaremos outras atividades para lembrar e comemorar seu centenário.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Brasil concorre ao Oscar de melhor canção original



A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas divulgou ontem (24), os indicados ao 84º Oscar. A canção Real in Rio, de Carlinhos Brown em parceria com Sérgio Mendes e Siedah Garrett, foi indicada na categoria Melhor Canção Original. A música, que integra a trilha sonora do filme Rio do brasileiro Carlos Saldanha, concorre com a canção Man or Muppet, do filme Muppets. Real in Rio foi originalmente composta em português, em parceria com Sérgio Mendes e Mikael Mutti, e ganhou o título de Favo de Mel. Das treze canções que embalam o filme, sete são composições dele com parceiros como Sérgio Mendes, Will.i.am, Siedah Garrett, Mikael Mutti e Jamie Foxx. Para compor as músicas da produção hollywoodiana, Brown passou duas temporadas de quinze dias em Los Angeles.

Sobre a indicação, Brown prestou o seguinte depoimento:

“Acho que Ary Barroso continua o mestre da Música Popular Brasileira e nós, seus seguidores, trilhamos com afinco o caminho positivo de Central do Brasil, de Fernanda Monte Negro e de Fernando Meirelles. É uma honra ser indicado a um prêmio de tamanha importância. Esse é um momento muito especial que consagra a parceria positiva com Sérgio Mendes, que começou no final dos anos 80 e que gerou muitas músicas e discos.

Sergio Mendes é um brasileiro muito especial que nunca perdeu seu amor pelo Brasil. A Música Popular Brasileira sempre foi muito difundida pelo mundo, mas acredito que ainda faltam esforços para que os artistas brasileiros façam parte do grande cast da música mundial. E isso precisa vir de nós porque o mundo já se interessa pelo que fazemos. Parabéns meus parceiros Mikael Mutti e Jonh Powell. Dois grandes produtores. Sem eles seria impossível compor mais de oito temas para essa trilha. O capitão é Blu, é carioca e é gênio. Evoé, Carlos Saldanha.”


fonte: http://www.portocultura.com.br/2012/brasil-concorre-ao-oscar-de-melhor-cancao-original/

Ouça a música em:
http://www.youtube.com/watch?v=8JH7WIA8k2I&feature=player_embedded#!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Balanço do cinema nacional em 2011

O texto do crítico de cinema João Nunes foi publicado no seu blog,

acesse http://www.rac.com.br/blog/34298/28/joao-nunes/um-segundo-balanco

Vale a pena ler o artigo que faz uma análise de como foi o ano de 2011 para o
cinema nacional




05/12/2011 11:20:52
Um segundo balanço Compartilhar1
foto: Divulgação

Li reportagem no jornal Valor sobre a performance do cinema brasileiro em 2011. O título: Cinema volta ao ritmo de 2003, referência ao melhor ano do setor antes de 2010. Ou seja, teve boa performance de mercado depois do atípico 2010, com Tropa de Elite 2 levando sozinho 11 milhões de espectadores aos cinema.

E a reportagem lembra que sete filmes ultrapassaram a barreira do 1 milhão de espectadores: Cilada.com (3,2 milhões), De Pernas pro Ar (3,1 milhões), Bruna Surfistinha (2,1 milhões), Assalto ao Banco Central, 1,9 milhão), O Palhaço (1,3 milhão, mas continua em cartaz), O Homem do Futuro (1,3 milhão) e Qualquer Gato Vira-Lata (1,1 milhão).


Cena do filme Assalto ao Banco Central visto por 1,9 milhão de pessoas


Claro que isso é bom para o cinema, para a chamada indústria (que não temos) e para o mercado. Anos atrás reclamávamos que os brasileiros não viam cinema nacional e, agora, os números provam que ele foi redescoberto. Ótimo.

A mesma reportagem também acentua que o número de lançamentos foi de 97 (de acordo com o site Filme B, especializado em mercado) e não 80 como eu disse no texto anterior.

Bem, quase 100 filmes lançados e, no entanto, não mudei minha perspectiva. Ainda tenho apenas uma opção para a escolha do melhor do ano. É muito pouco pelo tamanho do número de lançamentos.

E outro dado, este da Agência Nacional do Cinema (Ancine): a ocupação dos filmes brasileiros em relação ao total de espectadores ficou em 12,7% (até o começo de novembro). No ano passado, por conta de Tropa de Elite 2, o número foi de 19%. Bem, Tropa de Elite 2 foi exceção absoluta, fenômeno que acontece esporádica e raramente.

E recebo um dado do meu amigo Celso Sabadin, baseado também em informações da Ancine, de que apenas 40 filmes brasileiros conseguiram a marca de 1 milhão de espectadores nestes anos 2000 de um total de 700 longas lançados – sendo sete deles, como eu citei, neste 2011. Ou seja, tudo parece compor um ano positivo para o cinema brasileiro.



Cena do filme O Homem do Futuro (1,3 milhão)


No entanto, o mercado ressente-se da ausência dos filmes médios, aqueles que não alcançam a cifra poderosa do 1 milhão, mas tampouco ultrapassa a dos 100 mil – a esmagadora maioria. Tivemos dois ou três títulos nessa faixa.

E, afinal, impressiona mesmo que, tirando os sete que passaram o 1 milhão e uns dois ou três que ficaram no meio, quase toda a safra de 2011 dos filmes nacionais não tenha passado dos 100 mil. Nem chegou perto. A maioria mesmo deve ficar abaixo dos 50 (esta já é uma estimativa minha na base do olhômetro; sem valor científico).

E volto à questão do primeiro balanço. Se entre os campeões de bilheteria não há nenhum filme interessante (pelo contrário), e se entre o restante tampouco, que ano é este de 2011 no cinema brasileiro? Boa pergunta. Não sei responder. Mas vou pensar a respeito. Tema para um terceiro balanço.



enviada por João Nunes

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Longa Quando Um Amigo Chama 2 será lançado em Estiva/MG

Um convite aos amigos navegantes,

Neste sábado, dia 05 de novembro, às 20 horas no
Clube Literario de Estiva/MG, Av. Prefeito Gabriel Rosa, s/nº,
honrosamente iremos lançar o longa "Quando Um Amigo Chama 2",



A obra tem 120 minutos, mais de 50 pessoas participaram das filmagens.

Os atores e o diretor do filme Luciano Willian estarão presentes para sessão de fotos e autógrafos


Não percam este importante momento da história cinematrografica de nossa
querida e amada Estiva/MG.

Maiores informações: 35 9920 2633

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Mostra Delinho é noticia em revista nacional

A quarta edição da Mostra Delinho de Cinema, realizada em julho deste ano virou noticia na Revista BB.COM.VOCÊ, o impresso institucional pertence ao Banco do Brasil, são quase 100 mil exemplares distribuídos nacionalmente a cada funcionários do branco em todos os estados do país.

Através da revista agora podemos afirmar que o projeto que leva a magia do cinema nacional aos bairros e praças de nossa pequena Estiva é conhecido de norte a sul, do Oiapoque ao Chuí deste imenso país.

A agência do Banco do Brasil de Estiva tem sido ao longo das edições da Mostra Delinho de Cinema parceira do projeto. A funcionaria Paula Carneiro, faz parte da organização do projeto, e todo ano ajuda na elaboração e na execução do projeto.




Mais do que divulgar a Mostra nacionalmente a Revista BB.COM.VOCÊ, demonstra a todos seus leitores e leitoras que inciativas simples como a Mostra Delinho podem ser reproduzidas em outras localidades (que) como Estiva que não possuem sala de cinema, para isto basta a organização da comunidade e a vontade de levar a sétima arte.

Da comissão organizadora da Mostra Delinho de Cinema fica o nosso muito obrigado, pela atenção e espaço da BB.COM.VOCÊ, aproveitamos também para agradecer o apoio especial de todos da agência Estiva, em especial da funcionaria Paula Carneiro.

As fotos usadas na matéria são do fotografo Roberto Hunger que também é parceiro da Mostra Delinho de Cinema.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Dica de filme "O Mineiro e o Queijo"

Dirigido por Helvécio Ratton, "O Mineiro e o Queijo" ganha força com bons personagens

29/09/2011 - 20:05

Por Fabiana de Paula



O mais recente documentário de Helvécio Ratton (“O Menino Maluquinho” e “Batismo de Sangue”, entre outros), traz a tona uma contradição que afeta diretamente os pequenos produtores de queijo no interior de Minas Gerais. Considerado um patrimônio cultural brasileiro desde 2008 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o queijo produzido de maneira artesanal a partir do leite cru na região do Serro, Serra da Canastra e Alto Paranaíba, é proibido pelo Ministério da Agricultura de circular em outras partes do país.



Patrimônio Cultural, produção do queijo minas desperta polêmica em documentário
Carta do filme

Destacando as belas paisagens da região, “O Mineiro e o Queijo” revela a partir de depoimentos de produtores, historiadores, sociólogos e comerciantes locais, uma contradição pouco conhecida pelo público. “Procurei fazer um documentário político e ao mesmo tempo poético. Pouca gente dentro e fora de Minas sabe dessa legislação que impede o queijo de circular. Ela é justa? Essa é a questão que procuro levantar no filme”, explica o diretor.

Uma lei aprovada em 1952 prevê que apenas as peças maturadas por 60 dias podem deixar o estado, o que inviabiliza a comercialização dos queijos artesanais em outras regiões. A lei em vigência no Estado garante que 21 dias são suficientes para a maturação, como comprova uma pesquisa feita pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), baseada em fatores como as condições climáticas.

Mas é na simplicidade de histórias como a do casal Zé Pão e Romilda Ferreira, que produzem o queijo desde a infância, ou no bom humor de Luciano Machado, que compara a situação do queijo minas com a campanha antitabagismo do Ministério da Saúde, que o documentário ganha vida. Personagens carismáticos, os fazendeiros guardam o dom da contação de histórias e garantem as melhores passagens do filme. “Fizemos uma ampla pesquisa em várias regiões. Parte da equipe viajou e gravou vídeos pelo celular mesmo e eu fui vendo a capacidade de comunicação de cada um deles. Busquei também a diversidade em todos os sentidos. Tentei criar um painel com diferentes tipos mineiros”, explica o diretor.


Cena do filme


Em 72 minutos de filme, o cineasta mineiro (Ratton é natural de Divinópolis) convida o espectador a entrar na casa dos fazendeiros para acompanhar o processo de produção do queijo, herança passada de uma geração a outra por mais de 300 anos. “Esses produtores conhecem a vaca pelo nome e eles garantem a qualidade do produto que consomem há mais de três gerações”, aponta.



Em um dos depoimentos, um historiador ressalta a importância do queijo para a auto-estima do produtor e como fator agregador à terra, evitando que esses moradores migrem para regiões urbanas. Cada produtor conta a sua história e divide o seu conhecimento, que abrange desde o pasto ideal para alimentar a vaca, até o tempo de maturação correto para garantir o sabor do autêntico queijo minas.

O documentário mostra ainda histórias como a de seu Antônio, produtor que depois de investir em obras para se adaptar à lei estadual se viu obrigado a abandonar a produção de queijo para fornecer leite a um laticínio.

O assunto gera polêmica. Durante a pré-estreia realizada na última terça-feira (27), em São Paulo, o público reagiu de forma inflamada em defesa dos pequenos produtores. “Eu tinha essa curiosidade, sobre como uma plateia paulista reagiria diante do filme e todos ficaram muito indignados porque o queijo francês, feito dentro do mesmo processo, à base do leite cru, pode ser comercializado aqui e o mineiro não pode”, revela Ratton.

Em seu abraço à causa do projeto iniciado pela ONG Sertãobras, Ratton mostra uma questão pertinente que ameaça uma tradição de mais de três séculos, mantida por cerca de 30 mil famílias. Em cartaz em Belo Horizonte desde o dia 23, o documentário estreia nesta sexta-feira (30) nos cinemas de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Juiz de Fora, Salvador e Fortaleza




fonte:
http://eptv.globo.com/lazerecultura/NOT,4,4,371211,Patrimonio+Cultural+queijo+Minas +provoca+polemica+em+documentario.aspx

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Alguns momentos da Mostra 2011
















































Selecionamos alguns momentos da IV Mostra Delinho de Cinema

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

"Tropa de Elite 2" é o representante do Brasil no Oscar 2012

Filme de José Padilha foi escolhido por uma comissão especial de seleção. Veja trailer e galeria de fotos exclusivas

Por Valmir Moratelli, iG Rio de Janeiro


O representante do Brasil na disputa pelo Oscar de melhor filme estrangeiro será "Tropa de Elite 2", de José Padilha. A escolha foi anunciada nesta terça-feira (20), em cerimônia realizada no Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro. O longa foi selecionado a partir de uma relação de outras 15 produções, que incluiam títulos como "Bruna Surfistinha", "Lope" e "Vips".

lista de indicados ao Oscar 2012 será anunciada no dia 24 de janeiro, e os vencedores serão conhecidos no dia 26 de fevereiro, em festa realizada no Teatro Kodak, em Los Angeles. A apresentação será de Eddie Murphy.

Em toda a história, o Brasil concorreu quatro vezes ao Oscar de filme estrangeiro, mas nunca ganhou. Os indicados foram "O Pagador de Promessas" (1963), "O Quatrilho" (1996), "O Que É Isso Companheiro" (1998) e "Central do Brasil" (1999). Em 2004, "Cidade de Deus" concorreu a quatro estatuetas, incluindo melhor diretor para Fernando Meirelles, mas não entrou na disputa de melhor filme estrangeiro.

Os últimos cinco indicados para representar o Brasil no Oscar foram "Lula, O Filho do Brasil" (2011), "Salve Geral" (2010), "Última Parada 174" (2009), "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias", (2008) e "Cinema, Aspirinas e Urubus" (2007). Nenhum deles passou para a última fase, que contempla os cinco concorrentes finais à estatueta.

"Tropa de Elite 2" é o maior sucesso da história do cinema brasileiro. O longa foi visto por 11 milhões de espectadores, batendo o recorde de "Dona Flor e Seus Dois Maridos", de 1976.

A comissão que escolheu "Tropa de Elite 2" foi composta pela secretária do Audiovisual do Ministério da Cultura, Ana Paula Dourado Santana; pelo presidente da Associação Brasileira de Cinematografia, Carlos Eduardo Carvalho Pacheco; pelo ministro do Departamento Cultural do Itamaraty, George Torquato Firmeza; e pelos representantes da Academia Brasileira de Cinema, Jorge Humberto de Freitas Peregrino, Nelson Hoineff, Roberto Farias e Silvia Maria Sachs Rabello.







Contra a corrupção

Durante a coletiva de imprensa, foi dito que houve um “consenso e unanimidade” com esta escolha. “Não teve um motivo pelo qual se optou pelo filme. É inquestionável sua qualidade técnica, incluindo direção e fotografia”, disse Roberto Farias, da Associação Brasileira de Cinema.



Jorge Peregrino, também da associação, afirmou que “Tropa 2” é um filme abrangente. “Não é mais um filme sobre favela, mas uma história contra a corrupção”, afirmou. A opinião também era a mesma de Nelson Hoineff, da Academia Brasileira de Cinema. “Uma das razões pelas quais houve sinergia do longa com o público é que ele expressou o que o brasileiro sente, isso de não aguentar mais a corrupção”.

Pelo fato do filme de José Padilha ter levado mais de 11 milhões de pessoas aos cinemas, fez dele um forte favorito à indicação desde do começo. “Este filme impõe respeito pela receptividade que teve aqui no País, sem dúvida”, disse Roberto Farias.




Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/cinema/tropa-de-elite-2-e-o-representante-do-brasil-no-oscar-2012/n1597219136565.html

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Longa metragem " Quando um amigo chama II"





O longa metragem "Quando Um Amigo Chama - II",será oficialmente lançado no dia 20 (sábado), no bairro rural Boa Vista em Estiva/MG, às 19 horas. O diretor do filme é o jovem cineasta Luciano William Pereira, que está em seu segundo trabalho, a obra tem 120 minutos.

Mais de 50 pessoas participaram da produção, da montagem e das gravações, a maior parte crianças e adolescentes do bairro Boa Vista. Os recursos de produção do filme, que é independente, vieram dos próprios atores, de amigos do diretor e da população do bairro que ajudou desde o inicio da produção. As locações aconteceram em diversos locais, sendo a maior parte no bairro Boa Vista e algumas na cidade de Estiva e Pouso Alegre.




O diretor do filme afirma que a ideia de produzir o filme veio longo quando adquiriu sua primeira câmera digital. Ele já faz planos para os próximos projetos, "já estamos escrevendo uma nova e super produção, estamos pensando em fazer um workshop para próxima obra".

Em julho aconteceu uma exibição do filme apenas para os atores, agora é a vez do lançamento no bairro Boa Vista depois será a vez da cidade de Estiva receber o filme (provavelmente em setembro ou outubro). Muitas pessoas estão esperando o lançamento, principalmente a população do bairro rural que presenciou e ajudou as gravações, eles estão ansiosos para conferir a obra completa, que é motivo de orgulho para todos da comunidade rural.

Maior informações:
Luciano W. Pereira : (35) 9920 2633
Email: luciano.willian@hotmail.com

Confira o treiler do filme
http://www.youtube.com/user/lwpoli#p/a/u/0/t4JzKceDgnE

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O brasileiro come veneno


O documentarista Silvio Tendler fala sobre seu filme/denúncia contra os rumos do modelo adotado na agricultura brasileira



01/08/2011

Aline Scarso,
da Redação



Silvio Tendler é um especialista em documentar a história brasileira. Já o fez a partir de João Goulart, Juscelino Kubitschek,Carlos Mariguela, Milton Santos, Glauber Rocha e outros nomes importantes. Em seu último documentário, Silvio não define nenhum personagem em particular, mas dá o alerta para uma grave questão que atualmente afeta a vida e a saúde dos brasileiros: o envenenamento a partir dos alimentos.

Em "O veneno está na mesa", lançado na segunda-feira (25) no Rio de Janeiro, o documentarista mostra que o Brasil está envenenando diariamente sua população a partir do uso abusivo de agrotóxicos nos alimentos. Em um ranking para se envergonhar, o brasileiro é o que mais consome agrotóxico em todo o mundo, sendo 5,2 litros a cada ano por habitante. As consequências, como mostra o documetário, são desastrosas.

Em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, Silvio Tendler diz que o problema está no modelo de desenvolvimento brasileiro. E seu filme, que também é um produto da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida, capitaneada por uma dezena de movimentos sociais, nos leva a uma reflexão sobre os rumos desse modelo. Confira.






Brasil de Fato – Você que é um especialista em registrar a história do Brasil, por que resolveu documentar o impacto dosagrotóxicos sobre a agricultura e não um outro tema nacional?

Silvio Tendler – Porque a partir de agora estou querendo discutir o futuro e não mais o passado. Eu tenho todo o respeito pelo passado, adoro os filmes que fiz, adoro minha obra. Aliás, meus filmes não são voltados para o passado, são voltados para uma reflexão que ajuda a construir o presente e, de uma certa forma, o futuro. Mas estou muito preocupado. Na verdade esse filme nasceu de uma conversa minha com [o jornalista e escritor] Eduardo Galeano em Montevidéu [no Uruguai] há uns dois anos atrás, em que discutíamos o mundo, o futuro, a vida. E o Galeano estava muito preocupado porque o Brasil é o país que mais consumia agrotóxico no mundo. O mundo está sendo completamente intoxicado por uma indústria absolutamente desnecessária e gananciosa, cujo único objetivo realmente é ganhar dinheiro. Quer dizer, não tem nenhum sentido para a humanidade que justifique isso que está se fazendo com os seres humanos e a própria terra. A partir daí resolvi trabalhar essa questão. Conversei com o João Pedro Stédile [coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra], e ele disse que estavam preocupados com isso também. Por coincidência, surgiu a Campanha permanente contra os Agrotóxicos, movida por muitas entidades, todas absolutamente muito respeitadas e respeitáveis. Fizemos a parceria e o filme ficou pronto. É um filme que vai ter desdobramentos, porque eu agora quero trabalhar essas questões.



Então seus próximos documentários deverão tratar desse tema?

Pra você ter uma ideia, no contrato inicial desse documentário consta que ele seria feito em 26 minutos, mas é muita coisa pra falar. Então ficou em 50 [minutos]. E as pessoas quando viram o filme, ao invés de me dizerem ‘está muito longo’, disseram ‘está curto, você tem que falar mais’. Quer dizer, tem que discutir outras questões, e aí eu me entusiasmei com essa ideia e estou querendo discutir temas conexos à destruição do planeta por conta de um modelo de desenvolvimento perverso que está sendo adotado. Uma questão para ser discutida deforma urgente, que é conexa a esse filme, é o agronegócio. É o modelo de desenvolvimento brasileiro. Quer dizer, porque colocar os trabalhadores para fora da terra deles para que vivam de forma absolutamente marginal, provocando o inchaço das cidades e a perda de qualidade de vida para todo mundo, já que no espaço onde moravam cinco, vão morar 15? Por que se plantou no Brasil esse modelo que expulsa as pessoas da terra para concentrar a propriedade rural em poucas mãos, esse modelo de desenvolvimento, todo ele mecanizado, industrializado, desempregando mão de obra para que algumas pessoas tenham um lucro absurdo? E tudo está vinculado à exploração predatória da terra. Por que nós temos que desenvolver o mundo, a terra, o Brasil em função do lucro e não dos direitos do homem e da natureza? Essas são as questões que quero discutir.



Você também mostrou que até mesmo os trabalhadores que não foram expulsos do campo estão morrendo por aplicar em agrotóxicos nas plantações. O impacto na saúde desses agricultores é muito grande...

É mais grave que isso. Na verdade, o cara é obrigado a usar o agrotóxico. Se ele não usar o agrotóxico, ele não recebe o crédito do banco. O banco não financia a agricultura sem agrotóxico. Inclusive tem um camponês que fala isso no filme, o Adonai. Ele conta que no dia em que o inspetor do banco vai à plantação verificar se ele comprou os produtos, se você não tiver as notas da semente transgênica, do herbicida, etc, você é obrigado a devolver o dinheiro. Então não é verdade que se dá ao camponês agricultor o direito de dizer ‘não quero plantar transgênico’, ‘não quero trabalhar com herbicidas’, ‘quero trabalhar com agricultura orgânica, natural’. Porque para o banco, a garantia de que a safra vai vingar não é o trabalho do camponês e a sua relação com a terra, são os produtos químicos que são usados para afastar as pestes, afastar pragas. Esse modelo está completamente errado. O camponês não tem nenhum tipo de crédito alternativo, que dê a ele o direito de fazer um outro tipo de agricultura. E aí você deixa as pessoas morrendo como empregadas do agronegócio, como tem o Vanderlei, que é mostrado no filme. Depois de três anos fazendo a tal da mistura dos agrotóxicos, morreu de uma hepatopatia grave. Tem outra senhora de 32 anos que está ficando totalmente paralítica por conta do trabalho dela com agrotóxico na lavoura do fumo.



A impressão que dá é que os brasileiros estão se envenenando sem saber. Você acha que o filme pode contribuir para colocar o assunto em discussão?

Eu acho que a discussão é exatamente essa, a discussão é política. Eu, de uma certa maneira, despolitizei propositadamente o documentário. Eu não queria fazer um discurso em defesa da reforma agrária ou contra o agronegócio para não politizar a questão, para não parecer que, na verdade, a gente não quer comer bem, a gente quer dividir a terra. E são duas coisas que, apesar de conexas, eu não quis abordar. Eu não quis, digamos assustar a classe média. Eu só estou mostrando os malefícios que o agrotóxico provoca na vida da gente para que a classe média se convença que tem que lutar contra os agrotóxicos, que é uma luta que não é individual, é uma luta coletiva e política. Tem muita gente que parte do princípio ‘ah, então já sei, perto da minha casa tem uma feirinha orgânica e eu vou me virar e comer lá’, porque são pessoas que têm maior poder aquisitivo e poderiam comprar. Mas a questão não é essa. A questão é política porque o agrotóxico está infiltrado no nosso cotidiano, entendeu? Queira você ou não, o agrotóxico chega à sua mesa através do pão, da pizza, do macarrão. O trigo é um trigo transgênico e chega a ser tratado com até oito cargas de pulverizador por ano. Você vai na pizzaria comer uma pizza deliciosa e aquilo ali tem transgênico. O que você está comendo na sua mesa é veneno. Isso independe de você. Hoje nada escapa. Então, ou você vai ser um monge recluso, plantando sua hortinha e sua terrinha, ou se você é uma pessoa que vai ficar exposta a isso e será obrigada a consumir.

Como você avalia o governo Dilma a partir dessa política de isenção fiscal para o uso de agrotóxico no campo brasileiro?

Deixa eu te falar, o governo Dilma está começando agora, não tem nenhum ano, então não dá para responsabilizá-la por essa política. Na verdade esse filme vai servir de alerta para ela também. Muitas das coisas que são ditas no filme, eles [o governo] não têm consciência. Esse filme não é para se vingar de ninguém. É para alertar. Quer dizer, na verdade você mora em Brasília, você está longe do mundo, e alguém diz para você ‘ah, isso é frescura da esquerda, esse problema não existe’, e os relatórios que colocam na sua mesa omitem as pessoas que estão morrendo por lidar diretamente com agrotóxico. [As mortes] vão todas para as vírgulas das estatísticas, entendeu? Acho que está na hora de mostrar que muitas vidas não seriam sacrificadas se a gente partisse para um modelo de agricultura mais humano, mais baseado nos insumos naturais, no manejo da terra, ao invés de intoxicar com veneno os rios, os lagos, os açudes, as pessoas, as crianças que vivem em volta, entendeu? Eu acho que seria ótimo se esse filme chegasse nas mãos da presidenta e ela pudesse tomar consciência desse modelo que nós estamos vivendo e, a partir daí, começasse a mudar as políticas.



No documentário você optou por não falar com as empresas produtoras de agrotóxicos. Essa ideia ficou para um outro documentário?

É porque eu não quis fazer um filme que abrisse uma discussão técnica. Se as empresas reclamarem muito e pedirem para falar, eu ouço. Eu já recebi alguns pedidos e deixei as portas abertas. No Ceará eu filmei um cara que trabalha com gado leiteiro que estava morrendo contaminado por causa de uma empresa vizinha. Eu filmei, a empresa vizinha reclamou e eu deixei a porta aberta, dizendo ‘tudo bem, então vamos trabalharem breve isso num outro filme’. Se as empresas que manipulam e produzem agrotóxico me chamarem para conversar, eu vou. E vou me basear cientificamente na questão porque eles também são craques em enrolar. Querem comprovar que você está comendo veneno e tudo bem (risos). E eu preciso de subsídios para dizer que não, que aquele veneno não é necessário para a minha vida. Nesse primeiro momento, eu quis botar a discussão na mesa. Algumas pessoas já começaram a me assustar, ‘você vai tomar processo’, mas eu estou na vida para viver. Se o cara quiser me processar por um documentário no qual eu falei a verdade, ele processa pois tem o direito. Agora, eu tenho direito como cineasta, de dizer o que eu penso.



Esse filme será lançado somente no Rio ou em outras capitais também?

Eu estou convidado também para ir para Pernambuco em setembro, mas o filme pode acontecer independente de mim. Esse filme está saindo com o selinho de ‘copie e distribua’. Ele não será vendido. A gente vai fazer algumas cópias e distribuir dentro do sentido de multiplicação, no qual as pessoas recebem as cópias, fazem novas e as distribuem. O ideal é que cada entidade, e são mais de 20 bancando a Campanha, consiga distribuir pelo menos mil unidades. De cara você tem 20 mil cópias para serem distribuídas. E depois nós temos os estudantes, os movimentos sociais e sindicais, os professores. Vai ser uma discussão no Brasil. Temos que levar esse documentário para Brasília, para o Congresso, para a presidenta da República, para o ministro da Agricultura, para o Ibama. Todo mundo tem que ver esse filme.

E expectativa é boa então?
Sim. Eu sou um otimista. Sempre fui.



Foto: Gabriela Nehring



fonte:http://www.brasildefato.com.br/node/6965