sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Dica de filme "O Mineiro e o Queijo"

Dirigido por Helvécio Ratton, "O Mineiro e o Queijo" ganha força com bons personagens

29/09/2011 - 20:05

Por Fabiana de Paula



O mais recente documentário de Helvécio Ratton (“O Menino Maluquinho” e “Batismo de Sangue”, entre outros), traz a tona uma contradição que afeta diretamente os pequenos produtores de queijo no interior de Minas Gerais. Considerado um patrimônio cultural brasileiro desde 2008 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o queijo produzido de maneira artesanal a partir do leite cru na região do Serro, Serra da Canastra e Alto Paranaíba, é proibido pelo Ministério da Agricultura de circular em outras partes do país.



Patrimônio Cultural, produção do queijo minas desperta polêmica em documentário
Carta do filme

Destacando as belas paisagens da região, “O Mineiro e o Queijo” revela a partir de depoimentos de produtores, historiadores, sociólogos e comerciantes locais, uma contradição pouco conhecida pelo público. “Procurei fazer um documentário político e ao mesmo tempo poético. Pouca gente dentro e fora de Minas sabe dessa legislação que impede o queijo de circular. Ela é justa? Essa é a questão que procuro levantar no filme”, explica o diretor.

Uma lei aprovada em 1952 prevê que apenas as peças maturadas por 60 dias podem deixar o estado, o que inviabiliza a comercialização dos queijos artesanais em outras regiões. A lei em vigência no Estado garante que 21 dias são suficientes para a maturação, como comprova uma pesquisa feita pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), baseada em fatores como as condições climáticas.

Mas é na simplicidade de histórias como a do casal Zé Pão e Romilda Ferreira, que produzem o queijo desde a infância, ou no bom humor de Luciano Machado, que compara a situação do queijo minas com a campanha antitabagismo do Ministério da Saúde, que o documentário ganha vida. Personagens carismáticos, os fazendeiros guardam o dom da contação de histórias e garantem as melhores passagens do filme. “Fizemos uma ampla pesquisa em várias regiões. Parte da equipe viajou e gravou vídeos pelo celular mesmo e eu fui vendo a capacidade de comunicação de cada um deles. Busquei também a diversidade em todos os sentidos. Tentei criar um painel com diferentes tipos mineiros”, explica o diretor.


Cena do filme


Em 72 minutos de filme, o cineasta mineiro (Ratton é natural de Divinópolis) convida o espectador a entrar na casa dos fazendeiros para acompanhar o processo de produção do queijo, herança passada de uma geração a outra por mais de 300 anos. “Esses produtores conhecem a vaca pelo nome e eles garantem a qualidade do produto que consomem há mais de três gerações”, aponta.



Em um dos depoimentos, um historiador ressalta a importância do queijo para a auto-estima do produtor e como fator agregador à terra, evitando que esses moradores migrem para regiões urbanas. Cada produtor conta a sua história e divide o seu conhecimento, que abrange desde o pasto ideal para alimentar a vaca, até o tempo de maturação correto para garantir o sabor do autêntico queijo minas.

O documentário mostra ainda histórias como a de seu Antônio, produtor que depois de investir em obras para se adaptar à lei estadual se viu obrigado a abandonar a produção de queijo para fornecer leite a um laticínio.

O assunto gera polêmica. Durante a pré-estreia realizada na última terça-feira (27), em São Paulo, o público reagiu de forma inflamada em defesa dos pequenos produtores. “Eu tinha essa curiosidade, sobre como uma plateia paulista reagiria diante do filme e todos ficaram muito indignados porque o queijo francês, feito dentro do mesmo processo, à base do leite cru, pode ser comercializado aqui e o mineiro não pode”, revela Ratton.

Em seu abraço à causa do projeto iniciado pela ONG Sertãobras, Ratton mostra uma questão pertinente que ameaça uma tradição de mais de três séculos, mantida por cerca de 30 mil famílias. Em cartaz em Belo Horizonte desde o dia 23, o documentário estreia nesta sexta-feira (30) nos cinemas de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Juiz de Fora, Salvador e Fortaleza




fonte:
http://eptv.globo.com/lazerecultura/NOT,4,4,371211,Patrimonio+Cultural+queijo+Minas +provoca+polemica+em+documentario.aspx

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Alguns momentos da Mostra 2011
















































Selecionamos alguns momentos da IV Mostra Delinho de Cinema

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

"Tropa de Elite 2" é o representante do Brasil no Oscar 2012

Filme de José Padilha foi escolhido por uma comissão especial de seleção. Veja trailer e galeria de fotos exclusivas

Por Valmir Moratelli, iG Rio de Janeiro


O representante do Brasil na disputa pelo Oscar de melhor filme estrangeiro será "Tropa de Elite 2", de José Padilha. A escolha foi anunciada nesta terça-feira (20), em cerimônia realizada no Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro. O longa foi selecionado a partir de uma relação de outras 15 produções, que incluiam títulos como "Bruna Surfistinha", "Lope" e "Vips".

lista de indicados ao Oscar 2012 será anunciada no dia 24 de janeiro, e os vencedores serão conhecidos no dia 26 de fevereiro, em festa realizada no Teatro Kodak, em Los Angeles. A apresentação será de Eddie Murphy.

Em toda a história, o Brasil concorreu quatro vezes ao Oscar de filme estrangeiro, mas nunca ganhou. Os indicados foram "O Pagador de Promessas" (1963), "O Quatrilho" (1996), "O Que É Isso Companheiro" (1998) e "Central do Brasil" (1999). Em 2004, "Cidade de Deus" concorreu a quatro estatuetas, incluindo melhor diretor para Fernando Meirelles, mas não entrou na disputa de melhor filme estrangeiro.

Os últimos cinco indicados para representar o Brasil no Oscar foram "Lula, O Filho do Brasil" (2011), "Salve Geral" (2010), "Última Parada 174" (2009), "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias", (2008) e "Cinema, Aspirinas e Urubus" (2007). Nenhum deles passou para a última fase, que contempla os cinco concorrentes finais à estatueta.

"Tropa de Elite 2" é o maior sucesso da história do cinema brasileiro. O longa foi visto por 11 milhões de espectadores, batendo o recorde de "Dona Flor e Seus Dois Maridos", de 1976.

A comissão que escolheu "Tropa de Elite 2" foi composta pela secretária do Audiovisual do Ministério da Cultura, Ana Paula Dourado Santana; pelo presidente da Associação Brasileira de Cinematografia, Carlos Eduardo Carvalho Pacheco; pelo ministro do Departamento Cultural do Itamaraty, George Torquato Firmeza; e pelos representantes da Academia Brasileira de Cinema, Jorge Humberto de Freitas Peregrino, Nelson Hoineff, Roberto Farias e Silvia Maria Sachs Rabello.







Contra a corrupção

Durante a coletiva de imprensa, foi dito que houve um “consenso e unanimidade” com esta escolha. “Não teve um motivo pelo qual se optou pelo filme. É inquestionável sua qualidade técnica, incluindo direção e fotografia”, disse Roberto Farias, da Associação Brasileira de Cinema.



Jorge Peregrino, também da associação, afirmou que “Tropa 2” é um filme abrangente. “Não é mais um filme sobre favela, mas uma história contra a corrupção”, afirmou. A opinião também era a mesma de Nelson Hoineff, da Academia Brasileira de Cinema. “Uma das razões pelas quais houve sinergia do longa com o público é que ele expressou o que o brasileiro sente, isso de não aguentar mais a corrupção”.

Pelo fato do filme de José Padilha ter levado mais de 11 milhões de pessoas aos cinemas, fez dele um forte favorito à indicação desde do começo. “Este filme impõe respeito pela receptividade que teve aqui no País, sem dúvida”, disse Roberto Farias.




Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/cinema/tropa-de-elite-2-e-o-representante-do-brasil-no-oscar-2012/n1597219136565.html