segunda-feira, 18 de outubro de 2010

'Tropa de elite 2' passa dos 4 milhões e já é o brasileiro mais visto de 2010

Marca foi atingida na segunda semana em que o filme está em cartaz.Sequência do longa de José Padilha bateu 'Nosso lar' e 'Chico Xavier'


Em sua segunda semana em cartaz, "Tropa de elite 2" ultrapassou a marca de 4 milhões de espectadores no país e já é a produção brasileira mais vista em 2010, de acordo com dados preliminares divulgados pela assessoria de imprensa do filme.


O resultado coloca o longa de José Padilha à frente de "Nosso lar" e "Chico Xavier", até então os dois nacionais mais vistos do ano com 3,64 milhões e 3,41 milhões de espectadores respectivamente.


De acordo com a assessoria de "Tropa 2", o filme teve público de cerca de 1,21 milhão neste final de semana e, na soma com a primeira semana, chegou a 4,14 milhões de espectadores. Também segundo os assessores do longa, ainda falta contabilizar o público de 10% das salas em que o filme está em cartaz, o que deve alterar o resultado - para mais - nas próximas horas.
Nascimento contra o Homem-AranhaEm seu primeiro final de semana em cartaz, "Tropa 2" registrou público de 1,3 milhão de espectadores e bilheteria de R$ 14 milhões, segundo dados do boletim Filme B.


Com esses números, o filme de José Padilha foi alçado à quarta colocação entre as maiores aberturas de cinema no Brasil nos últimos dez anos, à frente, entre outros, do primeiro "Homem-Aranha" e "Eclipse".


O desempenho em seu lançamento também fez de "Tropa 2" a maior estreia nacional de 2010, superando as sagas espíritas "Chico Xavier" e "Nosso lar", que foram vistas no primeiro final de semana por 590 mil e 560 mil, respectivamente.


Pirataria


Continuação do longa de 2007, premiado com o Urso de Prata no Festival de Berlim, "Tropa de elite 2" mostra seu protagonista, o policial do Bope Nascimento (Wagner Moura), combatendo novos inimigos: políticos corruptos e as milícias que agem nas favelas cariocas.
A segunda parte do longa dá um salto de 15 anos em relação à trama oirginal e traz o ex-capitão do Bope, promovido a subsecretário da Segurança Pública, também em confronto com um ativista dos direitos humanos, vivido pelo ator Irandhir Santos.


"Tropa 2" foi lançado sob forte esquema antipirataria, que incluiu instruções do Bope segundo o diretor José Padilha. Além de não ter produzido cópias digitais, somente película, a sessão première no Teatro Municipal de Paulínia, no interior paulista, incluía revista em bolsas com apreensão de câmeras e celulares de convidados, além e portas com detectores de metais na sala de exibição.


Segundo o diretor, tanta precaução se referia ao "trauma" sofrido em 2007, quando o filme foi pirateado e se tornado fenômeno nos camelôs. Estima-se que 11 milhões de pessoas tenham assistido a um DVD pirata do filme antes de sua estreia.

Fonte:http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2010/10/tropa-de-elite-2-passa-dos-4-milhoes-e-ja-e-o-brasileiro-mais-visto-de-2010.html

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Em ''Tropa de Elite 2'', José Padilha aponta culpados na esfera do poder público

ALESSANDRO GIANNINI
Editor de UOL Cinema, de Paulínia/SP

Wagner Moura em cena de ''Tropa de Elite 2'', filme dirigido por José Padilha

Em "Tropa de Elite 2", exibido nesta terça (5), no Theatro Municipal de Paulínia, interior de São Paulo, a história trágica de Roberto Nascimento se repete. Mas não como uma farsa, como aponta Marx - o filósofo. O personagem criado pelo diretor José Padilha e interpretado com maestria por Wagner Moura reaparece dez anos depois em uma esfera mais alta do poder público. Guindado a comandante do Bope e, logo em seguida, a subsecretário de Segurança Pública, ele se vê mergulhado no retrato mais amplo de uma máquina de corrupção perversa, um inferno dantesco do qual parece não haver saída.
Padilha, que compareceu à primeira sessão do filme em companhia da equipe e de boa parte do elenco, teve a chance de fazer correções de curso, como elaborar o argumento e o roteiro do zero em torno de Nascimento e não de outro personagem. Isso lhe economizou noites de insonia em frente a ilha de edição tentando imaginar soluções para contornar problemas narrativos como aconteceu no primeiro filme. E tornou a segunda parte mais consistente e coesa, abrindo espaço para novos personagens, como o militante de direitos humanos Diogo Fraga, interpretado por Irandhir Santos.
Se no primeiro "Tropa de Elite" essa brecha narrativa abria espaço para interpretações dúbias sobre a visão crítica e desesperançada de Padilha, nesta segunda parte não há espaço para dúvidas ou ambiguidades. Está tudo ali, acompanhado de velhos - "Bandido bom é bandido morto" - e novos - "Porrada neles" - bordões. Prova disso está na reação do público que lotou o Theatro Municipal de Paulínia, formado por jornalistas, exibidores e uma parcela de convidados do município. Dois momentos de alívio cômico, no início do filme, seguidos de risadas espontâneas. E pelo menos três momentosde aplauso em cena aberta quando Nascimento resolve agir movido por uma quase tragédia que o atinge pessoalmente.

A estratégia é clara. Padilha sai do micro para o macro, reposiciona velhos atores (Milhem Cortaz, André Ramiro) em papéis mais elaborados e incorpora novos atores (Seu Jorge) em papéis estratégicos para tornar o cenário mais verossímil e chocante. O que não muda é a visão de Padilha, que continua a mesma, apesar de toda cautela na abordagem da violência. Não muda também a maneira como o publico, por mais seleto e envolvido que possa ser o dessa primeira sessão, percebe essa visão, um tanto simplificada, de como se estabelece um estado de coisas, em que os fins continuam justificando os meios.

Fonte:http://cinema.uol.com.br/ultnot/2010/10/06/em-tropa-de-elite-2-jose-padilha-aponta-culpados-na-esfera-do-poder-publico.jhtm


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